Vídeo sobre o achamento do U-581 (2017):

U-581: a Fundação Rebikoff encontrou o naufrágio do submarino U-581 nas profundezas dos Açores

Os destroços do U-581 encontram-se a 870 metros de profundidade e formam um autêntico recife de corais de águas frias.

Kirsten e Joachim Jakobsen localizaram o naufrágio do submarino de guerra alemão U-581 em setembro de 2016. Em fevereiro de 2017 fez exatamente 75 anos que este submarino naufragou em frente à costa sul da ilha do Pico/Açores, após ter sido perseguido e atacado pelo navio HMS Westcott, um destroyer inglês que se encontrava no Faial.

Os destroços do U-581 representam uma oportunidade científica sem par, sendo que o naufrágio se transformou num verdadeiro recife artificial em grande profundidade colonizado por corais de águas frias.

O U-581 naufragou na manhã de 2 de Fevereiro de 1942, em frente à costa de S. Mateus, na Ilha do Pico. 4 marinheiros morreram à superfície por cargas de água, um tripulante conseguiu nadar até à costa do Pico, onde foi salvo por habitantes da ilha, os restantes 41 tripulantes ficaram prisioneiros de guerra.

Numa primeira fase decorrida entre março e setembro de 2016, a equipa da Fundação Rebikoff-Niggeler localizou o sítio dos destroços do U-581, primeiro estudando os relatórios sobre o afundamento e, a seguir, usando equipamentos de alta tecnologia,  incluindo métodos de deteção remota com sonar multifeixe e sonar de varrimento lateral.

Os operadores do submersível LULA1000, Kirsten e Joachim Jakobsen, verificaram a posição do naufrágio, no dia 13 de setembro de 2016, através do submersível tripulado LULA1000. Os destroços encontram-se numa profundidade de 870 metros, a sul de S. Mateus, Ilha do Pico. A prospeção decorreu com a autorização da Direção Regional da Cultura do Governo Regional dos Açores.

Mais de 75 anos mais tarde, o naufrágio representa um sítio precioso para estudar as condições que levam à formação de recifes de corais em grande profundidade. Estes são considerados ecossistemas vulneráveis. Até agora, ainda se sabe muito pouco sobre as taxas de crescimento de corais de águas frias.

É conhecido que algumas espécies têm uma taxa de crescimento extramemente lenta e que podem viver várias centenas de anos, algumas espécies até vários milhares de anos.

A equipa da Fundação Rebikoff-Niggeler já produziu imagens de vídeo em alta resolução do naufrágio.

No âmbito do projeto também está a ser elaborado um fotomosáico em 3D, para visualizar o naufrágio completo e o seu enquadramento no ambiente natural.